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Título: Invenções de cuidados perspectivas clínicas e processos de trabalho em saúde mental e redução de danos
Autor(es): Daltro, Mônica Ramos
Oliveira, Gerfson Moreira
Palavras-chave: Serviços comunitários de saúde mental
Interpofissionalidade
Saúde mental
Clínica ampliada
Uso de drogas
Redução de danos
Data do documento: 7-Ago-2020
Editor: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
Resumo: A partir do movimento da reforma psiquiátrica no Brasil, o campo da saúde mental tem sido marcado pela importância do debate teórico-prático e político sobre os processos de trabalho e pelo cuidado devido à complexidade da atenção psicossocial. Objetivo: este estudo teve como objetivo analisar as perspectivas clínicas de cuidado em saúde mental e redução de danos e o processo de trabalho da equipe de um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CASPad). Método: trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e de abordagem qualitativa retrospectiva, realizada com trabalhadores de um CAPSad, localizado na cidade de Salvador-Bahia-Brasil. Como estratégia investigativa, utilizou-se a triangulação metodológica com ensaio teórico, análise de documentos, observação retrospectiva, grupos focais e relato de experiência. Resultados/Discussão: a atenção em saúde mental e a diversidade de práticas envolvidas na investigação demandou a construção de cinco artigos distintos. O primeiro, foi construído em formato de ensaio teórico e discute como estão engendrados os tensionamentos críticos entre a justiça, a saúde e a religião. Destaca o enfrentamento democrático do (des)cuidado ao usuário de substâncias psicoativas em um Brasil, cuja políticas públicas conservadoras de extrema direita espalham discursos de privilégios, xenofobia, racismo, estratificação de pessoas, ampliando assim, as desigualdades sociais. O segundo, abordou a reunião de equipe do CAPSad como território de disputas, colaboração e desenvolvimento. Quatro categorias analíticas sobre a função da reunião foram identificadas: território estratégico de informação e comunicação; território de expressão da diversidade nos modos de trabalhar e cuidar; território de apoio ao desconforto na produção de cuidado e território de educação permanente em saúde de mental e redução de danos. Nas reuniões, a integração entre a presença social, os campos e núcleos de saberes e práticas e as estruturas e dinâmicas institucionais, configurou-se como um território-ponte entre cuidados e descuidos no trabalho assistencial. O terceiro, discute e analisa o trabalho em equipe. Foram identificados três núcleos de sentido que circunscreveram a identidade coletiva dos trabalhadores: os embaraços da coesão grupal, os corpos-coringas do cuidado e as insuficiências da equipe para o cuidado integral. Embora a práxis nesse contexto esteja marcada pela lógica da interprofissionalidade, o modo interprofissional não está pronto e acabado, ele se constrói como um exercício no cotidiano assistencial. O quarto artigo reflete sobre as concepções de clínica exercida pelos trabalhadores na construção do cuidado psicossocial. As informações produzidas foram agrupadas em um núcleo de sentido: a clínica bascular desenvolvida nos entrecruzamentos do chão do CAPSad. No encontro entre usuários e trabalhadores, a força dos fluxos que se interseccionam no territorio assistencial produz uma dinâmica bascular que favorece os deslocamentos que movimentam permanentemente as práticas de cuidado adotadas. O quinto e último artigo trata-se de um relato autobiográfico que descreve e analisa as experiências dos autores. Escrita a partir da primeira pessoa do singular, foi norteada pela cartografia, permitindo experimentar as composições das ações de cuidado e a construção de um conhecimento a respeito dos impasses e das descobertas presentes no trabalho e na pesquisa em saúde mental e redução de danos. Conclusões: a pesquisa destaca os desafios das políticas públicas de cuidado voltado aos usuários de substâncias psicoativas no Brasil contemporâneo e evidencia a construção coletiva do trabalho no CAPSad identificando, as funções da reunião de equipe, o exercício da interprofissionalidad e as concepções clínicas como dispositivos de produção social na atenção psicossocial. Adicionalmente, destacou-se as reflexões sobre trabalho e pesquisa em saúde mental e os entraves dos trabalhadores de um CAPSad diante da sustentação dos princípios da reforma psiquiátrica brasileira. Interrogou ainda, em suas considerações finais, as racionalidades clínicas em saúde mental e a redução de danos frente ao cenário recente de pandemia do coronavírus.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/6114
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