Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças de uma unidade de saúde da família de Salvador-Bahia-Brasil

Abstract

Fundamento: A obesidade tem crescido de forma expressiva em todo o mundo, atingindo inclusive as crianças. Acredita-se ser o resultado da combinação de distúrbios ambientais, genéticos, comportamentais, estilo de vida, neuroendócrinos, atividade física, hábitos alimentares, sendo distintos entre as populações. Objetivo: Descrever a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças cadastradas em uma Unidade de Saúde da Família. Descrever possíveis fatores associados ao excesso de peso como condições socioeconômicas, biológicas e consumo alimentar. Método: Estudo transversal no qual foram avaliadas 391 crianças entre dois e nove anos.Foram coletados dados antropométricos (peso e altura) e aplicado um questionário sobre dados socioeconômicos (renda, escolaridade dos pais), biológicos (nascimento, aleitamento materno), histórico familiar, atividade física/sedentária e de consumo alimentar. Para detecção de sobrepeso e obesidade foram usadas as Novas Curvas da Organização Mundial de Saúde. Para a classificação em crianças menores de cinco anos foi utilizado o índice Peso para Altura (P/A) e nas de cinco anos ou mais foi utilizado o Índice de Massa Corporal para a idade (IMC/Idade). Os valores encontrados foram estratificados na forma de escore-z. Para a análise, as crianças que apresentavam sobrepeso e obesidade foram agrupadas, gerando-se a variável excesso de peso. As demais, agrupadas na variável sem excesso de peso. Resultados: A média de idade foi de 4,9 ± 2,3, pertenciam ao sexo masculino 51,7% e 4,2% eram de etnia branca. A prevalência geral de excesso de peso encontrada foi de 29,2%, sendo maior na faixa etária de 5 a 9 anos, que foi de 37%, quando comparada às crianças menores de 5 anos, que foi de 20,8%. Na comparação do grupo de crianças com excesso de peso com o grupo sem excesso de peso, as crianças com sobrepeso/obesidade tiveram uma freqüência menor de aleitamento materno,de atividade física e uma freqüência maior de atividades sedentárias e maior consumo de alimentos não saudáveis.Conclusão: Foi observada uma prevalência elevada de excesso de peso, especialmente em maiores de cinco anos, associada a inatividade física, consumo de alimentos não-saudáveis, IMC materno e histórico familiar de obesidade.