Melhores relíquias, piores ruínas: Experiências de Luto em Famílias de Pacientes Oncológicos

Abstract

As experiências de luto nas sociedades, ao longo dos tempos, são marcadas por muito sofrimento psíquico dos enlutados. Na contemporaneidade, esse sofrimento agrava-se diante das urgências, do tempo acelerado e da pouca aceitação para as negatividades da vida. Esta tese busca conhecer as experiências de luto de famílias de pacientes oncológicos. Como arcabouço teórico, foram utilizados teóricos do luto, da psico-oncologia e da filosofia. Este é um estudo analítico de abordagem qualitativa e, por meio de três grupos focais, foram feitas análises de conteúdos pelo tempo da morte dos pacientes. Depois da análise dos grupos focais, foram construídos dois artigos que trazem os resultados e as discussões desses grupos: Artigo 1, de familiares de pacientes em fim de vida, em que foi analisado o luto antecipatório e Artigo 2, de familiares que perderam seus parentes de 6 a 12 meses e de familiares que perderam seus parentes de 22 a 60 meses. Além disso, a partir da revisão psicológica e filosófica de literatura, foi elaborado o capítulo de um livro acerca das experiências de morte e luto como um fenômeno de análise qualitativa. Conclui-se, a partir das análises feitas, que essas famílias, por estarem inseridas em um contexto de cuidados paliativos, na atenção domiciliar, entraram em processos de elaboração do luto, seja do luto antecipatório, seja no luto pós-morte, o que reforça a ideia de que espaços que permitem a produção de narrativas como suporte à elaboração dos processos de morte e luto são necessários para a saúde mental das pessoas enlutadas.