O panorama da meningite meningocócica nos anos de 2007 a 2021 em Salvador, Bahia

Abstract

INTRODUÇÃO: A meningite meningocócica, corresponde a uma doença de elevada morbimortalidade, sendo a principal etiologia de meningite, no Brasil, em crianças não neonatais e em adultos jovens, podendo chegar até uma taxa de letalidade de 20% na população geral. Algumas estratégias foram implantadas para amenizar esse problema, como a incorporação, em 2010, no Programa Nacional de Imunização (PNI), da vacina conjugada para meningococo tipo C. OBJETIVOS: descrever o panorama do comportamento epidemiológico da meningite meningocócica em Salvador, Bahia, entre os anos de 2007 e 2021, pré e pós vacina. METODOLOGIA: Estudo agregado de série temporal, incluindo todos os casos de meningite meningocócica (CID-10, A39.0) e meningite meningocócica associada a meningococcemia notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) da Secretaria Municipal da Saúde de Salvador entre os anos de 2007 e 2021. As taxas de incidência foram descritas segundo a faixa etária e a distribuição nos distritos sanitários. RESULTADOS: A média da taxa de incidência de meningite meningocócica observada em Salvador, entre os anos de 2007 e 2021, foi de 1,94 casos/100.000 habitantes. A partir do ano de 2007 até 2010 foi observado um aumento da incidência de casos, oscilando de 1,17 para 7,32 casos/100.000 habitantes, correspondendo a um aumento de 525,6%. A partir de 2010 observou-se uma redução dos casos, com queda da incidência de 7,32 para 0,07 casos/100.000 habitantes, em 2021, uma redução de 99,0%, com uma redução média anual estimada em 0,49 casos para cada 100.000 habitantes (=0,448; r² = 0,6449). os distritos sanitários (DS) com maiores incidências médias (DP) de casos, entre os anos de 2007 e 2021, foram o DS São Caetano/ Valéria com 3,3 casos/100.000 habitantes, seguido pelo DS Cabula/ Beiru com 2,1 casos/100.000 habitantes e o DS Pau da Lima com 2,1 casos/100.000 habitantes. CONCLUSÃO: Houve uma redução acentuada na incidência de MM em Salvador, após a implantação da vacinação, mas ainda com distribuição desigual entre os distritos sanitários da cidade