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Título: Os efeitos da pandemia da covid-19 na saúde sexual de mulheres universitárias em Salvador -Bahia
Autor(es): Cavalcante, Maria Beatriz Ribeiro Teixeira
Palavras-chave: COVID-19
Saúde sexual
Mulheres
Universitárias
Data do documento: 2022
Resumo: A Pandemia da COVID-19 mudou drasticamente a vida das pessoas. Dentre os inúmeros impactos na qualidade de vida da população, destaca-se o impacto na saúde sexual dos indivíduos, com ênfase na população jovem e feminina. Diante desse cenário e apesar muitas evidências terem surgido nos últimos anos, no que tange ao vírus SARS-CoV-2, poucas pesquisas têm se proposto a descrever os efeitos da pandemia na saúde sexual nessa população. Ante o exposto, a presente pesquisa objetivou, primariamente, descrever e analisar os efeitos da pandemia da COVID-19 na saúde sexual de mulheres universitárias. Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra de 369 mulheres universitárias de Salvador/BA, cuja coleta foi de outubro de 2021 a março de 2022, feita através de um questionário eletrônico com perguntas que acessaram o perfil sociodemográfico, o Female Sexual Function Index (FSFI) e algumas questões complementares. Esse projeto foi submetido e aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), de acordo com a Resolução nº466/12. Grande parte da nossa amostra foi composta de mulheres jovens (Mediana: 21 anos; Intervalo Interquartil (IIQ): 20-23); de cor branca (58,8%); sem religião (43,6%); heterossexuais (69,6%); que namoram (47,7%); estudam em universidades privadas (69,4%); e cujos pais possuem ensino superior completo (mãe: 69,9% e pai: 59,6%). Os escores do FSFI da amostra antes da pandemia foi 17,75 (DP – Desvio Padrão: 4,24) e durante a pandemia foi 17,16 (DP: 4,37). O teste T pareado não acusou diferença estatisticamente significante entre os escores (p=0,96). Os seis domínios do FSFI foram analisados separadamente (desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor), contudo, não houve diferença estatisticamente significante para nenhum dos domínios. Com relação às perguntas complementares, as seguintes variáveis foram analisadas: frequências de masturbação, acesso à pornografia, atividade sexual e sexting, bem como aquisição de brinquedos sexuais, ocorrência de relação extraconjugal e métodos contraceptivos. A mediana da frequência de masturbação antes da pandemia foi 4x/mês (IIQ: 1,0-8,0) e durante a pandemia foi 4x/mês (IIQ:1,0-10,0); pornografia antes da pandemia foi 0x/mês (IIQ:0,0-3,0) e durante a pandemia foi 0x/mês (IIQ:0,0-3,0); atividade sexual antes da pandemia foi 3x/mês (IIQ:1,0-8,0) e durante a pandemia foi 3x/mês (IIQ:1,0-7,0); e sexting antes da pandemia foi 0x/mês (IIQ:0,0-2,0) e durante a pandemia foi 0x/mês (IIQ:0,0-4,0). No que tange à análise inferencial, as diferenças entre os períodos anterior e atual da pandemia foram estatisticamente significantes para masturbação (p=0,043), pornografia (p=0,019) e sexting (p=0,00); mas não para atividade sexual (p=0,84). Os dados apontaram ainda que muitas mulheres (37,4%) adquiriram brinquedos sexuais na pandemia e a maioria delas (54,5%) manteve o uso de métodos contraceptivos. Diante do exposto, foi possível verificar que os resultados estão dissonantes com as pesquisas publicadas no início da pandemia (março 2020 – março 2021), que apontavam para mudanças significativas no FSFI, sugerindo um processo adaptativo. Por fim, destaca-se que a utilização da internet, com aplicativos de encontros, chamadas de vídeo, envio e recebimento de conteúdos eróticos por mensagens (sexting), pode ter funcionado como boa alternativa para viver e reinventar a sexualidade de forma segura.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/6832
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