Perfil epidemiológico dos profissionais da área da saúde acometidos por covid-19. Salvador-Bahia. 2020-2022

Abstract

Introdução: No final de 2019, foi descoberto em Wuhan na província de Hubei na China um novo tipo de coronavírus responsável por novos casos de pneumonia na região. Rapidamente, esse vírus se espalhou de forma global e em fevereiro de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a doença como COVID-19 decretando pandemia. Diante deste cenário mundial de tamanha escala, muitos se contaminaram no exercício de seu trabalho. Sendo assim, é interessante traçar o perfil epidemiológico dos profissionais da área da saúde acometidos por COVID-19 Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico dos profissionais da área da saúde acometidos por COVID-19 em Salvador-Bahia em março/2020-março/2022. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico descritivo com utilização de dados secundários disponibilizados pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS/SSA) no Estado da Bahia. As variáveis utilizadas foram demográficas, distrito sanitário de residência, categoria profissional, sintomatologia, comorbidades, laboratoriais e evolução, apresentadas sob a forma de valores absolutos a relativos. Para verificação de diferenças estatística utilizou-se o Teste qui quadrado de Pearson e Mann Whitney. Para a tendência temporal foi usada a regressão linear simples e considerado estatisticamente significante valor p<0,05. Resultados: No estudo, foram identificados, 77,7% indivíduos do sexo feminino. A mediana de idade no sexo masculino foi 39 (IIQ 33– 48) e no feminino, 39 (IIQ 33 – 47) anos. O maior número de profissionais de saúde acometidos foi: técnicos e auxiliares de enfermagem 40,0%. Na distribuição espacial e temporalidade, observou-se que, 20,4% residiam no distrito: Barra/Rio Vermelho e a análise da temporalidade dos casos mostrou um fraco coeficiente de determinação, tendência decrescente e estatisticamente significante. Os resultados clínicos e laboratoriais apresentam a tosse 49,6% como sintoma mais frequente, a doença cardíaca crônica 4,0% como comorbidade isoladamente mais relatada e o critério laboratorial 94,2% como principal via para confirmação diagnóstica. Dos pacientes cuja evolução era conhecida, grande maioria obteve alta por cura 99,0% da doença. Conclusões: Neste estudo se pode conhecer o perfil epidemiológico e o impacto na saúde dos profissionais que atuam na linha frente no combate a COVID-19 em Salvador-Bahia. Este grupo ocupacional foi seriamente atingido pela pandemia e como forma de fomentar a sua saúde, faz necessário adoção de políticas públicas de melhor capacitação e disponibilização de insumos suficientes para promover a saúde física e mental destes profissionais tão importantes no cuidado global da população.