Doença de alzheimer perfil epidemiológico e impacto econômico ao sistema único de saúde, no Brasil, entre 2012 e 2021

Abstract

Introdução: A Doença de Alzheimer (DA) é uma demência neurodegenerativa mais prevalente no mundo, na qual acomete, principalmente, a população com mais de 65 anos. Assim, com o avanço das ciências médicas, ocorrerá uma elevação na expectativa de vida da população seguido de um envelhecimento populacional. Com isso, haverá um aumento nos casos de DA e, por consequência, um maior gasto do sistema de saúde. Por conta disso, torna-se necessário o entendimento do perfil epidemiológico de DA, bem como seu impacto econômico ao SUS. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico de DA, bem como seu custo total e custo médio por internação no território nacional, entre os anos de 2012 e 2021. Métodos: Realizou-se um estudo ecológico, descritivo, quantitativo e retrospectivo, utilizando como base de dados as informações do SIH/SUS provenientes do DATASUS. Foram selecionados os indivíduos, com pelo menos 50 anos, internados por complicações secundárias à DA no período entre 2012 e 2021. Para o entendimento da patologia, foram utilizadas, tanto para internações, como para custo total, as seguintes variáveis: caráter de atendimento, região, UF, sexo, faixa etária e etnia. Como indicador de saúde, lançouse mão do custo médio por internação. Após obtenção das informações necessárias, a tabulação e os cálculos necessários foram feitos utilizando o software Microsoft Excel. Resultados: Identificou-se que, entre 2012 e 2021, houve um total de 13.241 internações por complicações da DA. Os atendimentos de urgência representaram a maioria do caráter de atendimento com 10.798 (81,5%). A região e Unidade da Federação (UF) com mais internações foram a sudeste e São Paulo, com 7.506 (56,7%) e 4.106 (31%) internações, respectivamente. Houve uma predominância do sexo feminino nas internações, com 8.638 internações no total (65,2%). Por fim, percebe-se um maior acometimento da população com mais de 80 anos e dos indivíduos brancos, com 7.729 (58,4%) e 6.440 (48,6%) internações, respectivamente. Analisando o impacto econômico das internações por DA, observa-se um custo total de R$ 21.787.158,57. A região do brasil e UF que apresentou maior valor gasto foi o sudeste (R$ 16.595.799; 76,2%) e Rio de Janeiro (R$ 7.928.751; 36,4%). O gênero e faixa etária que apresentaram maior custo total foram o sexo feminino e os indivíduos com mais de 80 anos, com R$ 14.125.642,7 (64,26%) e R$ 11.707.858 (53,26%), respectivamente. Por fim, o atendimento e etnia com maior custo foi os atendimentos eletivos e a etnia branca, com R$ 11.061.204,32 (50,8%) e R$ 12.768.025,7 (58,7%). Quanto ao indicador de saúde, houve uma média de R$ 1.645,43 por internação, onde o maior custo médio por internação foi dos pacientes do sexo masculino, entre 50 e 54 anos (R$ 2.682,42). Conclusão: Evidenciou-se que o sexo feminino, etnia branca e indivíduos com 80 anos ou mais foram as variáveis mais acometidas de seus respectivos grupos no período analisado, tanto nas internações, quanto no custo total. Entretanto, apesar disso, observou-se que o custo médio por internação foi maior para o sexo masculino na faixa etária entre os 50 e 54 anos.