A percepção de estudantes de medicina de uma faculdade particular sobre a relação hipertensão arterial e cefaleia

Abstract

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença de grande importância no meio médico, tanto pela sua alta prevalência, que vem aumentando nos últimos anos, quanto pelos danos trazidos ao corpo do indivíduo. Essa condição é, principalmente, silenciosa. Ou seja, o paciente que apresenta uma elevação da pressão arterial, geralmente, não apresenta sintomas de forma evidente, mas os profissionais de saúde associam, muitas vezes cefaleias ou outras doenças neurológicas ao quadro. A cefaleia relacionada à elevação da pressão arterial está classificada como uma cefaleia secundária na terceira edição da classificação internacional das cefaleias (ICHD-3). No entanto, apesar do que está registrado na ICHD-3 e do grande escopo de artigos que estudam o advento da elevação da pressão arterial levando ao sintoma de cefaleia, outros diversos estudos demonstram que essa relação pode não existir ou, até mesmo, ser reversa. OBJETIVO: Conhecer a percepção dos estudantes de medicina que cursam o internato curricular, sobre a relação entre a cefaleia e o aumento da pressão arterial. METODOLOGIA: Estudo observacional, descritivo, de corte transversal, no qual foi aplicado um questionário com 7 afirmativas - utilizando a escala LIKERT. Para análise dos dados foi aplicada estatística descritiva, através de medidas de tendência central e de dispersão. RESULTADOS: 75 estudantes participaram do estudo, sendo a maioria (47/62,7%) do sexo feminino, com média de idade de 24 (+-2) anos. A maior frequência de respostas foi dos indivíduos que cursam o 9º semestre do curso de medicina (34/45,3%). Apesar de 93% dos participantes responderem que concordam que o conhecimento sobre a hipertensão arterial sistêmica é essencial para a prática clínica, 44% dos indivíduos concordam que cefaleia é um sintoma de HAS. CONCLUSÃO: O presente estudo demonstra que o conhecimento acerca da relação cefaleia-HAS precisa ser disseminado no meio médico para que a informação de que cefaleia não é considerada um indicador confiável da elevação da pressão arterial seja compreendida pelos indivíduos que manejam essas condições.