Perfil epidemiológico de tromboembolismo pulmonar no estado da Bahia antes e durante a pandemia do covid-19

Abstract

Introdução: O Tromboembolismo Pulmonar (TEP) é considerada uma condição clínica grave, que ocorre geralmente por uma obstrução, comumente por um coágulo sanguíneo, na artéria pulmonar ou em um dos seus ramos, repercutindo em uma hipoxemia, liberação de vasoconstritores potentes, aumento da resistência vascular pulmonar e pós-carga ventricular. Trata-se de uma doença cardiovascular aguda que, somente nos Estados Unidos, acomete cerca de 1 a cada 1000 pessoas, sendo, também, a terceira causa de morte mais comum em ambiente hospitalar, atrás apenas do infarto agudo do miocárdio e do acidente vascular cerebral. No Brasil, autópsias mostram que a prevalência varia entre 3,9% e 16,6%, enquanto a incidência real é incerta. Objetivo: Comparar o perfil epidemiológico do Tromboembolismo Pulmonar, antes e durante a pandemia do COVID-19, no Estado da Bahia. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, observacional, com dados agregados e secundários. A população do estudo corresponde a todas as internações por tromboembolismo pulmonar notificados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) do Ministério da Saúde (MS) e Secretaria de atenção básica a saúde (SAS) entre os anos de 2017 e 2021, na Bahia. As variáveis do estudo foram: ano de notificação (2017 a 2021), faixa etária, cor/raça, macrorregião de saúde (Norte, Sul, Extremo-Sul, Oeste, Leste, Sudoeste, Nordeste, Centro-Norte e Centro-Leste), sexo, internações, taxa de mortalidade e óbitos. Os dados foram tabulados e analisados no Programa Excel e apresentados de forma descritiva em números absolutos e percentuais. Resultados: No período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021, foram notificados, no estado da Bahia 2.297 internações por tromboembolismo pulmonar. A área onde se observou a maior concentração de casos em número absolutos de TEP foi a Macrorregião de Saúde Leste (NRS – Salvador), com 1.093 internações, correspondendo a 47,58% do total de casos. Por fim, a taxa de mortalidade de TEP no Estado da Bahia, entre 2017 e 2021, foi obtida pela razão entre o número de óbitos no ano e o número de internações contabilizadas também no respectivo ano. Como já foi dito, nesse intervalo de tempo houve 442 mortes e 2.297 internações. Observa-se que a maior razão em 2017, representada por 21,41% dos casos, havendo uma regressão nos anos seguintes, encontrando seu valor mínimo em 2021, durante a pandemia, com 16,86% do total. Conclusão: O NRS leste possui as maiores concentrações de casos notificados, em números absolutos. Não foi observada um aumento súbito de casos confirmados de tromboembolismo pulmonar na transição de 2019-2020. Não foi identificada mudança significativa no comportamento da TEP, antes e durante a pandemia de COVID-19, havendo pouco aumento ou diminuição das variáveis estudadas entre 2017-2021.