Fatores prognósticos relacionados à mortalidade na doença do neurônio motor em ambulatório de referência na cidade de Salvador-Bahia

Abstract

Introdução: A doença do neurônio motor é neurodegenerativa e a compreensão dos seus fatores prognósticos auxilia na promoção de maior qualidade de vida aos pacientes. Fatores epidemiológicos, clínicos e nutricionais já foram descritos na literatura internacional como influenciadores da progressão da doença. Objetivo: Descrever fatores prognósticos relacionados à mortalidade em pacientes com Doença do Neurônio Motor em ambulatório de referência na Bahia. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, realizado através da coleta de dados em prontuário e por ficha de coleta estruturada acerca de características epidemiológicas, clínicas e avaliação nutricional do início do acompanhamento e no momento da coleta. Foi realizada a classificação do estado nutricional de acordo com os dados do peso na primeira consulta e a classificação nutricional no momento da coleta, foi também registrado o tempo dos primeiros sintomas até a aplicação de medidas paliativas. Resultados: Foram incluídos no estudo 27 pacientes, sendo 51,8% homens e 41,8% mulheres, a população observada tinha uma média de 55 anos ao diagnóstico, 33% possuíam trabalhos que exigiam esforços físicos anteriores à doença. Não foram registrados pacientes com DFT e apenas 3,7% possuíam histórico familiar de ELA. Foi registrada perda de peso desde a primeira consulta tanto na pulação adulta como na idosa, com 75% da população idosa classificada como baixo peso e 27% da população adulta classificada como com algum grau de desnutrição no momento da coleta dos dados. Ademais 81% da população fazia uso de algum tipo de medida paliativa. Conclusão: Foi observada distribuição semelhante dos fatores relacionados ao prognóstico em DNM, sendo observadas algumas particularidades como idade mais precoce de estabelecimento, baixa prevalência de ELA familiar e ausência de demência frontotemporal. Foi observada importante perda de peso entre os pacientes sendo mais pronunciada entre aqueles com a forma bulbar da doença, fator já descrito como de mau prognóstico. Foi retratado ainda que os pacientes que foram submetidos à gastrostomia possuíam menor IMC na primeira avaliação em relação aos demais.