Perfil demográfico e clínico dos pacientes submetidos ao transplante de córnea em um hospital de referência na Bahia

Abstract

Introdução: O Transplante de Córnea (TC) é o principal procedimento para descompensação grave de doenças corneanas com o objetivo de restaurar a visão. O TC é o tipo de transplante mais realizado no mundo, sendo que o Brasil possui o maior sistema público de transplante no mundo. A pandemia do COVID-19 foi responsável por modificar a logística dos bancos de córnea, devido a restrição de contato, como forma de proteção, em relação ao vírus. Objetivo: Descrever o perfil demográfico e clínico dos pacientes submetidos a transplante de córnea, em um hospital de referência do estado da Bahia, antes e durante a pandemia do COVID-19. Metodologia: Foi realizado um estudo observacional tipo transversal que utilizou dados secundários provenientes de prontuários. Este é parte de um ensaio clínico não randomizado, tipo antes e depois intitulado: “O Uso do Telemonitoramento em Pacientes Transplantados de Córnea: Um Ensaio Clínico Não Randomizado”. Resultados: Verificou-se a prevalência do sexo feminino, 55,2 %, no período pré pandêmico e 60,4 % no período pandêmico. Em relação à mediana da idade, no período pré-pandêmico, obteve-se 66 anos, em contraste com 50 anos no período pandêmico. 83,3% no período pré pandêmico e 89,6% no período pandêmico, foram da cidade de Salvador; 55,3 % de pessoas aposentadas, no período pré pandêmico e 33,3% no período pandêmico. No que se refere a profissão, constatou-se o predomínio de participantes aposentados, com 55,3% no período pré-pandêmico e 33,3% no período pandêmico. Em relação as doenças oculares prévias, constata-se a prevalência de catarata com 56,4%, no período pré pandêmico, e 33,3% no período pandêmico. No que se refere as cirurgias prévias, a prevalência de Facectomia, como cirurgia prévia, com 56,7%% no período pré-pandêmico e, 33,3% no pandêmico. A principal indicação de TC foi a ceratopatia bolhosa, com 19,1% no pré-pandêmico, e a Ceratocone no período pandêmico com 31,3%. Em relação as queixas, constata-se a prevalência de baixa acuidade visual em 79,8% dos pacientes, no período pré-pandêmico, e 87,5%, no período pandêmico. Conclusão: A mediana da idade no momento da realização do transplante foi de 66 anos no período pré-pandêmico e de 50 anos no período pandêmico. A procedência, em ambos os períodos analisados, foi maior da cidade de Salvador-BA. O sexo feminino e os aposentados tiveram mais indicações de transplantes no período pré-pandêmico e pandêmico. A catarata e o glaucoma foram as doenças oculares mais frequentes, bem como a facectomia foi a cirurgia prévia mais comum nos períodos analisados. A ceratopatia bolhosa foi a principal indicação no período pré-pandêmico, enquanto, o ceratocone foi a principal indicação no período pandêmico. As principais queixas identificadas no estudo foram a baixa acuidade visual, dor e embaçamento nos períodos analisados.