Indicações e técnicas de ceratoplastia em um hospital de referência em Salvador-BA

Abstract

Introdução: A córnea é um importante elemento que compõe o olho, tendo como fundamental função promover uma boa acuidade visual. Nesse sentido, algumas alterações corneanas podem ocasionar desde uma pequena perda na qualidade da visão até uma cegueira completa, sendo necessária a realização de transplantes de córnea, através de diferentes técnicas de ceratoplastia. Em decorrência da crise sanitária ocasionada pela pandemia da COVID-19, houve importante impacto na disponibilização de tecido corneano para os bancos de olho a nível mundial, refletindo na realização dos transplantes. Objetivo: Logo, esse estudo teve como objetivo correlacionar as indicações e técnicas de ceratoplastia aplicadas em um hospital de referência em Salvador, além de verificar a prevalência dessas, considerando o período antes e durante a pandemia da COVID-19. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional do tipo corte transversal que utilizou dados secundários provenientes de prontuários, sendo esse trabalho parte de um ensaio clínico não randomizado. Resultados: Como resultados, foi constatada prevalência da técnica penetrante de ceratoplastia (PK) no período pré pandêmico (79,9%) e pandêmico (75%). Em relação às indicações, houve predomínio da ceratopatia bolhosa no período pré-pandêmico (19,1%), que foi substituída pela indicação por ceratocone no período pandêmico (31,3%). Ao fazer a associação, foi identificada correlação maior entre a técnica penetrante e a indicação por ceratopatia bolhosa (n=17), seguida de rejeição de enxerto (n= 15) no período pré pandêmico. No período pandêmico, a maior associação foi pela técnica penetrante com a indicação por ceratocone (n = 9), seguida de ceratoplastia bolhosa (n =7) e úlcera (n = 7). Conclusão: A técnica mais utilizada no período pré-pandêmico e pandêmico foi a PK. A indicação que prevaleceu no período pré-pandêmico foi a ceratopatia bolhosa, enquanto no pandêmico predominou ceratocone. Houve uma maior correlação da técnica PK com ceratopatia bolhosa antes da pandemia, contrapondo o cenário pandêmico em que a maior relação foi entre a técnica PK e ceratocone.