Avaliação da terapêutica da dor em mulheres com endometriose em um hospital filantrópico de Salvador - BA

Abstract

Introdução: A endometriose consiste em uma doença ginecológica caracterizada pelo crescimento e desenvolvimento de estroma e glândulas endometriais fora da cavidade uterina. A dor pélvica crônica é o sintoma mais comum e é responsável por gerar sofrimento para a mulher e comprometimento da sua qualidade de vida. Objetivo: Avaliar em que medida a terapêutica da dor em mulheres diagnosticadas com endometriose em um centro de referência de Salvador está em consonância com as recomendações descritas no Protocolo da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e no guideline da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE). Metodologia: Foi realizado um estudo transversal com dados secundários de pacientes femininas, com 18 anos ou mais. Os dados foram obtidos através dos prontuários das pacientes e a sua coleta foi realizada entre fevereiro e junho de 2022. A unidade de avaliação foi o serviço de referência especializado no atendimento de endometriose e dor pélvica crônica do Hospital Santo Antônio/Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador/BA. Para avaliar o grau de concordância com os itens do protocolo e do guideline utilizados como parâmetro, foi elaborado um escore em percentual que reflete o cumprimento ou não de cada um dos itens. Resultados: Foram coletados dados de 35 pacientes. A faixa etária mais acometida foi entre 34 e 40 anos (34,2%). O sintoma mais prevalente foi a dismenorreia (82,8%) e todas as entrevistadas realizaram tratamento hormonal, sendo o medicamento mais prescrito o Dienogeste (60%). O método diagnóstico mais utilizado foi a ressonância magnética (42,8%). Em 82,8% dos prontuários não houve descrição do acompanhamento das pacientes por outros profissionais de saúde. Oito pacientes tinham indicação cirúrgica (22,8%) e 2 realizaram o procedimento até o momento da coleta. A maioria das entrevistadas afirmaram que a sintomatologia da doença está controlada (62,8%). Conclusão: O serviço está em consonância com grande parte dos itens protocolados pela FEBRASGO e pelo guideline ESHRE, resultando em um bom controle álgico na maioria das pacientes.