Síndrome de burnout em profissionais da saúde uma revisão sistemática

Abstract

Introdução: A Síndrome de Burnout é caracterizada pelo esgotamento profissional e está associada a três parâmetros: exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal. Estudos mostram aumento na sua prevalência, principalmente em indivíduos que apresentam empregos com alta exigência ou que necessitem de contato direto com outras pessoas, como os profissionais de saúde. Situações extremas, como a recente pandemia do COVID-19, poderiam agravar esse quadro. Objetivo: Avaliar a prevalência da Síndrome de Burnout em profissionais de saúde, diante do atual cenário de pandemia do COVID-19. Métodos: O estudo realizado apresenta o desenho de uma revisão sistemática. Foram incluídos estudos observacionais referentes à prevalência da Síndrome de Burnout em profissionais de saúde; publicados em inglês, português ou espanhol; entre janeiro de 2020 e abril de 2022. Foram excluídos duplicatas, artigos completos indisponíveis, estudos sobre abordagens terapêuticas e artigos com percentual menor que 70% no checklist STROBE. Resultados: Após as análises e exclusões, permaneceram 7 artigos para a RS. Entre os artigos analisados, observa-se a predominância de participantes do sexo feminino (87%), na faixa etária entre 30 e 50 anos (75%), médicas e residentes (86%). Há predomínio de países do continente europeu, representado pela Alemanha, Holanda e Espanha, sendo em maior quantidade nesse último (40%). Em relação a pandemia da COVID-19, observa-se predominância da SB entre os participantes com trabalho em hospital durante a pandemia (95%), estando na linha de frente do cuidado (89%). A escala utilizada para diagnóstico da Síndrome de Burnout foi a Maslach Burnout Inventory (MBI), sendo observada prevalência geral da síndrome entre profissionais de saúde variando entre 12% e 73,5%. Conclusão: A Síndrome de Burnout tem apresentado aumento crescente na prevalência dos diagnósticos, sobretudo entre os profissionais de saúde, com maior destaque para a categoria médica. Isso pode estar relacionado ao ambiente hospitalar, o qual é muito estressante e gatilho para o desenvolvimento desse comportamento. O atual cenário da pandemia do COVID-19 agravou essa situação, promovendo maior necessidade de diagnóstico e intervenção precoces, para favorecer o restabelecimento desse profissional que precisa estar apto para manter suas funções.