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Título: Doença falciforme, dor crônica e saúde funcional: estudo seccional multidimensional e desenvolvimento de produto técnico educacional
Autor(es): SÁ, Kátia Nunes
LOPES, Tiago da Silva
PINTO, Cecília Maria Izidoro
OLIVEIRA, Elenilda Farias de
FERREIRA, Silvia Lúcia
OLIVEIRA, Lilian Anabel Becerra de
Palavras-chave: Doença Falciforme
Sensibilização Central
Saúde Mental
Qualidade de Vida
Disfunção temporomandibular
Estimulação Transcraniana com Corrente Contínua
Data do documento: 18-Set-2023
Editor: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
Resumo: INTRODUÇÃO: A doença falciforme (DF) é a hemoglobinopatia hereditária mais comum no mundo, com 275.000 recém-nascidos anualmente. A polimerização da hemoglobina leva à rigidez eritrocitária e vaso-oclusão, o que leva à dor e a alterações nos órgãos. Se desenvolve com o tempo como uma síndrome de dor crônica, com disfunções mal adaptativas do sistema nervoso central e periférico, evoluindo para disfunções emocionais, afetando seriamente a qualidade de vida. A disfunção temporomandibular (DTM) é uma síndrome de sensibilização central não explorada nos indivíduos com DF, carecendo ainda mais de proposições de terapias alternativas. A neuromodulação é uma terapia promissora que pode ajudar indivíduos com dor crônica refratária, mas sua viabilidade, plausibilidade e segurança deve ser analisada devido à baixa presença de oxigênio em indivíduos com DF. OBJETIVOS: O objetivo primário desta tese foi testar a hipótese de que a dor crônica da articulação temporomandibular (ATM) em pessoas com DF pode ser tratada sem risco com a neuromodulação não invasiva. Os objetivos secundários foram: avaliar a modulação endógena da dor em pessoas com DF e DTM; avaliar o impacto da dor e dos sintomas mentais na qualidade de vida; avaliar a influência dos tipos de religiosidade na dor; desenvolver e validar uma cartilha para pessoas com DF. MÉTODO: Cem adultos com DF, entre 18 e 49 anos de idade, residentes no Recôncavo Baiano, aceitaram responder os instrumentos, entre outubro de 2019 e dezembro de 2022. Foram aplicados o Inventário de Sensibilização Central, o Inventário Breve de Dor, o Índice de Religiosidade de Duke, a Escala Hospitalar de Ansiedade/Depressão, a Escala de Catastrofização da Dor, o Questionário de Qualidade de Vida SF-36 e o Índice Anamnésico de Fonseca. As pessoas com DF e DTM participaram do estudo piloto randomizado, cruzado e duplo-cego. Intervenções foram feitas em três grupos: Estimulação Transcraniana com Corrente Contínua (ETCC) + Estimulação Elétrica Periférica (EEP) ativa, ETCC ativa + EEP simulada e ETCC simulada + EEP simulada, com intervalo de uma semana. O tamanho do efeito e o tamanho de amostra foi calculado com o software WinPepi, comparando o resultado após a intervenção de ETCC ativo + EPP sham e ETCC sham + EPP sham. Posteriormente, foi confeccionada uma cartilha para a prevenção de perdas na qualidade de vida das pessoas com DF que foi avaliada por especialistas na área. RESULTADOS: Seis artigos científicos compõem a presente tese. Como resultado primário, nenhum efeito negativo importante foi identificado na intervenção com ETCC, com uma tendência à diminuição da dor. Dez mulheres foram identificadas com DTM, idade média de 38,9 ± 6,08 e dor média foi de 6,3 + 1,56 na escala visual analógica. Todas tinham dor crônica generalizada e altos índices de sensibilização central (SC). Os diagnósticos com RDC/DTM Eixo I mostraram que nove apresentavam dor miofascial e artrose articular, oito apresentaram facilitação da dor e cinco delta anormal (inibição da dor). Para os objetivos secundários, 100 indivíduos foram entrevistados, com genótipos HbSS/HbSC. 69% eram mulheres, com idade de 34,14 ± 10,12 anos. A intensidade da dor foi de 4,20 ± 2,67; 71% para os que tinham dor crônica; 60% tinham dor generalizada; 59% tinham SC; 33% tinham ansiedade; e 18% tinham depressão. O menor escore médio de QV foi para o domínio Aspecto Físico (35,55±40,16). Ansiedade, dor média, SC e catastrofização correlacionaram-se com todos os domínios da QV. O resultado do tamanho de efeito foi Cohen´s d = (2.88 - 1.80)/0.91=1.17. Resultando em um tamanho amostral para o Ensaio Clínico Randomizado 9 (ECR) de 11 indivíduos por braço. CONCLUSÃO: A ETCC e EEP são seguras, e podem ser usadas por mulheres com doença falciforme e disfunção temporomandibular, mas um ensaio clínico com um maior tamanho amostral precisa ser realizado. Os achados destacam a necessidade de cuidados em saúde mental em pacientes com doença falciforme devido ao impacto da ansiedade, depressão, catastrofização e sensibilização central na qualidade de vida, com a necessidade de incluir o fator religiosidade/espiritualidade na equação da intervenção da equipe multidisciplinar.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/7610
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