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Title: Identidade de gênero, função sexual e qualidade de vida em indivíduos com hiperplasia adrenal congênita e cariótipo 46, XX registrados no sexo masculino
Authors: Barroso Jr, Ubirajara de Oliveira
Oliveira, Luciana Mattos Barros
Campinho, Ana Karina Figueira Canguçu
Lima, Manuela Garcia
Apóstolos, Robson Augusto Andrade Cardoso dos
Keywords: Hiperplasia adrenal congênita
Identidade de gênero
Distúrbios de desenvolvimento sexual
Issue Date: 2017
Publisher: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
Abstract: Objetivo: avaliar identidade de gênero, qualidade de vida e função sexual dos pacientes com Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC) e cariótipo 46,XX, altamente virilizados (Prader IV e V), que inicialmente foram registrados como masculinos. Métodos: Todos os pacientes (n=9) com HAC e cariótipo 46,XX registrados como masculinos acompanhados no Ambulatório de Genética Especial do Ambulatório Magalhães Neto, HUPES, UFBA, foram avaliados. Após o resultado do cariótipo, no período que variou de 3 meses a 3 anos de idade, 5 desses pacientes tiveram o registro civil alterados para o sexo feminino e os outros 4 pacientes, com diagnóstico entre 16 meses e 12 anos de idade, permaneceram registrados como do sexo masculino. Todos os pacientes foram submetidos a cirurgia para adequar a genitália ao sexo de registro civil. A avaliação envolveu questionários autoaplicáveis que contemplavam qualidade de vida, função sexual e identidade de gênero, por meio dos instrumentos: The 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) para avaliar a qualidade de vida; The International Index of Erectile Function (IIEF) para avaliar a função sexual e o Questionário de Identidade do Gênero e Orientação Sexual para avaliar a identidade do gênero. Resultados: Quatro das cinco pacientes que tiveram o registro civil alterados para o sexo feminino apresentaram alguma discordância quando avaliadas pelo questionário de identidade de gênero, com pontuação que variou de 09 a 20 pontos neste questionário. Todos os quatro pacientes que foram mantidos com o sexo masculino estão com a identidade de gênero claramente masculina e todos tiveram a pontuação máxima de 20 pontos nesse questionário. Quatro das cinco pacientes femininas relataram que nunca tiveram relação sexual e a outra paciente referiu que mantém relação sexual somente com mulheres. Todos os quatro pacientes masculinos relataram ter ereção, libido, orgasmo e atração sexual somente por mulheres. Dois dos 4 pacientes tiveram relação sexual com parceiras do sexo feminino e foram avaliados pelo questionário IIEF, não sendo detectada disfunção moderada ou grave em nenhum dos cinco domínios do IIEF nesses pacientes. Quanto à qualidade de vida, foi observado que a nota obtida no questionário SF-36 dos pacientes criados no gênero masculino foi numericamente superior à nota das pacientes criadas no gênero feminino em sete dos oito domínios deste questionário e a nota foi precisamente igual no domínio vitalidade. Não foi feita análise estatística em decorrência da amostra ser pequena. Conclusão: O resultado deste estudo mostra que os pacientes com HAC e cariótipo 46,XX registrados e criados como do sexo masculino estão bem adaptados ao gênero de registro, com boa função sexual e qualidade de vida satisfatória. A maioria das pacientes que tiveram o registro civil alterados para o sexo feminino apresentaram alguma discordância de identidade de gênero e a avaliação da função sexual dessas pacientes ficou prejudicada em decorrência do fato que quatro destas cinco pacientes nunca tiveram relação sexual e a outra teve relação sexual somente com mulheres.
URI: http://www7.bahiana.edu.br//jspui/handle/bahiana/777
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